Limpa, sustentável, alternativa e renovável, a energia solar fotovoltaica está assumindo cada vez mais protagonismo no Brasil. Em maio, o país atingiu a marca de 1,2 milhões de sistemas instalados, que geraram o correspondente a 1,7% da energia ofertada no país durante o respectivo mês. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a expectativa é de que usinas fotovoltaicas sejam as responsáveis por 17% de toda energia produzida pelo Brasil até 2031.
Predominantes em ambientes urbanos para uso residencial, as vantagens — como redução na conta de energia e o baixo custo de manutenção — tem chamado a atenção de produtores rurais, que já são responsáveis por mais de 78 mil usinas instaladas no campo, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Uma destas usinas pertence ao produtor de flores e cooperado da Coopercitrus Anderson Esperança, de Andradas, MG, que investiu no sistema e colheu bons resultados.
Esperança cultiva média de um milhão de hastes de rosas por mês, em estufas equipadas com sistemas de irrigação por gotejo e por aspersão aérea. Após a colheita, as rosas são processadas e armazenadas em câmaras frias, o que eleva o consumo de energia. Para diminuir os custos, o produtor investiu na instalação de 270 placas fotovoltaicas com 90,45 kWp, energia suficiente para atender a 100% da demanda do sítio de 4 hectares (4 mil m²), e o excedente se transforma em crédito para suprir em torno de 30% da demanda de energia de sua outra propriedade, de 6 hectares (6 mil m²).
Pelo celular ou computador, ele pode acessar o painel de controle do sistema e consultar a potência produzida em cada período, com relatórios diários, semanais, mensais ou anuais, bem como acompanhar a previsão meteorológica e as toneladas de CO² que deixaram de ser emitidas na atmosfera por meio da geração de energia limpa. “Em 2020, produzimos 11.100 kWh por mês, gerando um total de 133 mil kWh no ano todo. Temos duas propriedades, a menor consome 3.100 kWh por mês, e a sobra de 8 mil kWh se transforma em uma poupança de energia para utilizarmos na outra propriedade” comenta Anderson, satisfeito.
Além das vantagens e da autonomia proporcionadas pelos sistemas, a sanção da Lei nº 14.300/22, que instituiu o Marco Legal da Energia Fotovoltaica, exime aqueles que optarem pelo investimento na tecnologia, ainda em 2022, do pagamento de tarifas pelo uso de rede e distribuição às concessionárias de energia elétrica, até 2045. Essas taxas passam a ser inseridas nos sistemas de produção fotovoltaicos instalados a partir de 2023, de maneira proporcional a quantidade de energia injetada em rede pelos usuários.
Fonte: Agrolink