A potência total instalada da fonte solar fotovoltaica no Brasil já ultrapassa a soma das usinas termelétricas à carvão mineral e nucleares no País, aponta levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). De acordo com a entidade, a potência solar totaliza 5.763,5 megawatts (MW), superando os 5.586,8 MW das demais fontes citadas. O mapeamento leva em conta tanto as grandes usinas solares quanto sistemas de geração distribuída.
“Com isso, a potência total solar ultrapassa em quase 4% a destas termelétricas, baseadas em recursos não-renováveis e com maiores impactos ambientais ao longo de todo o seu ciclo de vida”, declarou o presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk.
Segundo a entidade, o mercado solar já trouxe mais de R$ 30 bilhões em investimentos privados ao país, no agregado entre aplicações de pequeno, médio e grande porte. Desse total, R$ 15,52 bilhões foram aplicados em usinas de grande porte, especialmente nas regiões Nordeste e Sudeste. Os demais R$ 14,59 bilhões se referem a investimentos em pequenos e médios sistemas espalhados por todo o território nacional.
O CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, explica que o Brasil é uma nação solar por natureza, com condições privilegiadas para se tornar uma liderança mundial no setor. “A energia solar fotovoltaica reduz o custo de energia elétrica da população, aumenta a competitividade das empresas e desafoga o orçamento do poder público, beneficiando pequenos, médios e grandes consumidores do País.”
Somente em 2020, a potência instalada de geração solar do Brasil já apresentou crescimento superior a 1GW. “O mercado cresceu muito esse ano e a expectativa é de que continue crescendo. Óbvio que a pandemia afeta o setor e a economia como um todo. Não teremos o crescimento bombástico que projetávamos inicialmente”, declarou Sauaia, durante um webinar promovido pela Intersolar, maior feira do setor.
A expectativa inicial era que 4 GW de novas capacidades de geração fossem adicionadas até o final do ano. Com os impactos da pandemia da COVID-19, esse crescimento será reduzido. Porém, o dirigente avalia que a demanda represada poderá ser rapidamente retomada. “Observamos isso em países que já passaram por esse processo. O interesse do consumidor em reduzir custos e se engajar ambientalmente permanece.”
A ABSOLAR acredita que a fonte solar poderá ter um papel estratégico na retomada da economia brasileira nesse momento, atraindo bilhões de reais em novos investimentos privados, gerando milhares de empregos, fortalecendo a arrecadação do poder público e aliviando os custos da energia elétrica para os consumidores. “A energia solar também seguirá ajudando no combate às mudanças climáticas. Não podemos perder de vista que esse ainda é o maior desafio desse século”, completou Sauaia.
Fonte: Portal Solar