Pode parecer óbvio, mas atitudes simples do dia a dia, que normalmente são negligenciadas pelas famílias, voltaram a ter atenção especial em tempos de energia cara. O reajuste na região de Bauru neste ano foi de 19,84%, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Desligar da tomada equipamentos eletrônicos após o uso e encurtar o tempo do banho são algumas medidas constatadas pelo JC nas ruas.
E, também, há quem aposte em outras alternativas de abastecimento, como é o caso da energia solar. Inclusive, desde junho, existe uma linha de crédito inédita disponível para pessoas físicas, aprovada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), após mudanças no Programa Fundo Clima.
A partir de agora, através do subprograma Máquinas e Equipamentos Eficientes, a população em geral poderá ter acesso a financiamentos para a instalação de sistemas de aquecimento solar e sistemas de cogeração, como placas fotovoltaicas, aerogeradores, geradores a biogás e equipamentos necessários.
Trata-se de uma ação do BNDES para incentivar o cidadão brasileiro a investir em sustentabilidade e economia de energia. E, em Bauru, já tem gente com olho nisso. É o caso do funcionário público estadual Eduardo Angerami de Castro, 48 anos. Ele já tem projeto pronto para adquirir a estrutura de energia solar para sua residência e, assim, parar de pagar a conta. “Estou aguardando somente a liberação do financiamento”, pontua.
Eduardo conta que, conforme cálculos feitos pela empresa que elaborou o projeto, toda a estrutura de energia renovável para a sua casa, no Jardim Bela Vista, custaria cerca de R$ 13 mil. Entretanto, ele diz que o investimento é recuperado em quatro anos.
“A estimativa de especialistas é que a conta de luz sofra um reajuste de aproximadamente 7% ao ano. Não tem condições de ficar refém de concessionárias de energia”, critica.
O técnico em manutenção Carlos Alberto Covolan, 54 anos, também está buscando financiamento do BNDES para instalar placas fotovoltaicas em seu imóvel, localizado no Jardim Solange. “São cinco pessoas na casa. A minha conta, por mês, fica em torno de R$ 300,00. Portanto, esse investimento é interessante porque o reajuste de energia é muito instável”, aponta.
‘ROUBO INVISÍVEL’
Mesmo quando um aparelho eletrônico está desligado, ainda assim pode estar consumindo energia elétrica. Os eletroeletrônicos que possuem visores com relógios e outras informações, como fornos micro-ondas, são alguns exemplos.
Além disso, os eletrônicos que possuem controles remotos, ao serem desligados, apenas entram em um modo de espera, porém, mantêm um mínimo das funções “em alerta” para poderem responder quando o consumidor ligá-los usando o controle remoto, explicam especialistas.
Conhecido como “roubo invisível” de energia, esse tipo de consumo não é percebido de imediato, mas faz diferença no final das contas.
Fonte: JC Net